Como usar a IA nos estudos? Especialistas orientam sobre benefícios e riscos da tecnologia na educação

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A presença da Inteligência Artificial (IA) na vida cotidiana dos estudantes já é uma realidade. Com o crescimento do uso de sistemas inteligentes no processo de ensino, especialistas defendem que os alunos precisam ser orientados sobre como utilizar essas ferramentas de forma eficaz e ética. Para Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco, é essencial que os estudantes desenvolvam letramento midiático e senso crítico para lidar com as informações oferecidas por modelos de IA. Já o doutor em Ciência da Computação Sérgio Canuto, do IFG, aponta que muitos estudantes veem a IA como uma solução única para diversas dúvidas — algo que normalmente exigiria o apoio de vários professores. Ambos alertam para os riscos de confiar cegamente nas respostas geradas por IA, que nem sempre são verificadas como as informações presentes em materiais didáticos.
A recomendação é que os professores integrem a IA às práticas de ensino, mostrando como avaliar, questionar e extrair o melhor das respostas geradas. Sérgio destaca a importância de ensinar os estudantes a formular perguntas de modo que a IA produza um passo a passo do raciocínio — estratégia conhecida como *chain of thought* — como, por exemplo, ao resolver um problema de matemática. Ele também sugere que, na ausência de laboratórios de informática, os alunos usem seus próprios celulares para interagir com a IA. Outras sugestões de uso incluem: pedir à IA simulados baseados no Enem ou vestibulares, correção de redações, planejamento de rotinas de estudo e discussão de temas teóricos. Para isso, é necessário receber instruções adequadas sobre como usar os modelos com responsabilidade.
Estudantes como Giovanna Costa e Wallison Sousa, ambos da área de Ciências da Computação, relatam que utilizaram IA para esclarecer dúvidas conceituais e revisar conteúdos com linguagem mais simples. Eles reforçam que o uso eficaz depende da forma como as perguntas são feitas e da verificação posterior com fontes confiáveis. No fim, o uso da IA na educação não substitui o estudo, mas pode ser uma poderosa ferramenta complementar — desde que utilizada com consciência.

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